quarta-feira, 17 de junho de 2015

Tosse comprida está voltando de forma sorrateira. Ela pode matar bebês

A coqueluche ou tosse comprida está aumentando de incidência em todo o mundo, apesar da vacinação das crianças. Para a maioria das vítimas, o quadro não é grave evoluindo como uma tosse suportável que dura semanas. Mas a infecção pode ser muito agressiva e levar ao óbito as crianças de poucos meses, pois elas não tiveram tempo de se vacinar com três doses. Por isso, já consta da orientação oficial do Ministério da Saúde a vacinação das grávidas contra a doença. Na mesma aplicação provoca-se uma proteção também contra tétano e difteria.
Nos postos oficiais, a proteção das crianças contra coqueluche é feita com três doses da vacina pentavalente (difteria, tétano coqueluche, hepatite B e Hib), aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida. No atendimento particular, existe a vacina “hexa” que protege contra as doenças citadas e também contra a paralisia infantil, na mesma seringa. Nos postos oficiais esta última é administrada separadamente, no mesmo dia. Entre 2011 e 2013, o Ministério da Saúde registrou 4.921 casos de coqueluche em menores de três meses, 35% do total do país neste período, ou seja, 14.128 casos. Essa faixa-etária é ainda mais afetada em relação aos óbitos. No período, foram 204 óbitos, o que representa 81% do total nacional, que foi de 252 mortes.

Para explicar este retorno da contaminação pela bactéria Bordetella, é preciso lembrar que o primeiro adoecimento por coqueluche provoca uma imunidade que não é vitalícia. A pessoa pode ter um segundo episódio, anos depois. Com a vacinação, a perda da proteção também acontece. Segundo alguns estudos, esta queda da imunidade talvez seja mais rápida quando se emprega uma vacina mais  moderna, chamada “acelular” que provoca menos dor local do que ocorre com a vacina clássica, esta que é encontrada nos postos públicos. Talvez apareçam estudos mostrando a necessidade de mais reforços do que são feitos atualmente.