Tosse comprida está voltando de forma sorrateira.
Ela pode matar bebês
A coqueluche ou tosse comprida está aumentando de
incidência em todo o mundo, apesar da vacinação das crianças. Para a maioria
das vítimas, o quadro não é grave evoluindo como uma tosse suportável que dura
semanas. Mas a infecção pode ser muito agressiva e levar ao óbito as crianças
de poucos meses, pois elas não tiveram tempo de se vacinar com três doses. Por
isso, já consta da orientação oficial do Ministério da Saúde a vacinação das
grávidas contra a doença. Na mesma aplicação provoca-se uma proteção também
contra tétano e difteria.
Nos postos oficiais, a proteção das crianças contra
coqueluche é feita com três doses da vacina pentavalente (difteria, tétano
coqueluche, hepatite B e Hib), aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida.
No atendimento particular, existe a vacina “hexa” que protege contra as doenças
citadas e também contra a paralisia infantil, na mesma seringa. Nos postos
oficiais esta última é administrada separadamente, no mesmo dia. Entre 2011 e
2013, o Ministério da Saúde registrou 4.921 casos de coqueluche em menores de
três meses, 35% do total do país neste período, ou seja, 14.128 casos. Essa
faixa-etária é ainda mais afetada em relação aos óbitos. No período, foram 204
óbitos, o que representa 81% do total nacional, que foi de 252 mortes.
Para explicar este retorno da contaminação pela
bactéria Bordetella, é preciso lembrar que o primeiro adoecimento por
coqueluche provoca uma imunidade que não é vitalícia. A pessoa pode ter um
segundo episódio, anos depois. Com a vacinação, a perda da proteção também
acontece. Segundo alguns estudos, esta queda da imunidade talvez seja mais
rápida quando se emprega uma vacina mais moderna, chamada “acelular” que
provoca menos dor local do que ocorre com a vacina clássica, esta que é encontrada
nos postos públicos. Talvez apareçam estudos mostrando a necessidade de mais
reforços do que são feitos atualmente.