A bula deste produto informa (1):
CONTRAINDICAÇÕES: Durante a gestação e aleitamento. É desaconselhável o seu uso durante a gravidez devido aos riscos de efeitos sobre o sistema cardiovascular fetal, principalmente no terceiro trimestre de gravidez e durante a lactação. Perguntar à paciente se está amamentando. A amamentação deve ser evitada durante e até 48 horas após o uso deste medicamento devido a possível excreção pelo leite materno.
A prometazina é um anti-histamínico de primeira geração, grupo contraindicado na lactação pelo seu efeito anticolinérgico que inibe a secreção do leite(2,3). Pela sonolência que pode provocar no recém-nascido e pela possibilidade de levar à inibição do reflexo de sucção, pode afetar a nutrição. Por sua vez, a adifenina é um parassimpatolítico, isto é, outro anticolinérgico, usado em espasmos vesicais ou urinários. A bula do produto aponta efeitos anticolinérgicos que reduzem as secreções de modo geral(4) podendo, ainda, potencializar o efeito anticolinérgico de outros fármacos. A bula também informa que o aleitamento deve ser interrompido no dia que a mãe faz uso e mais 48 horas. Interromper o aleitamento não é um ato simples e precisa ser muito bem ponderado. Existem diversos outros analgésicos com melhor relação entre risco e benefício que podem ser administrados a mãe.
São maiores os efeitos adversos deste analgésico composto quando a lactante recebe o produto sistematicamente, a saber, a cada seis ou oito horas, prática comum (usa-se o termo “protocolo”) em muitas maternidades de são Paulo. A Organização Mundial da Saúde considera este medicamento compatível com a amamentação se dado em doses únicas, alertando para evitar as prescrições de horário, além de monitoramento do bebê quanto à ocorrência de sonolência excessiva(5) e outros efeitos adversos.
No comércio, existe outro analgésico composto que contém codeína, (substância parente da morfina) totalmente contraindicado para mães lactantes e também prescrito de forma indevida para este grupo.
Referências bibliográficas:
1)Bulário Eletrônico da ANVISA: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmResultado.asp#. Acesso em 11/11/2014.
2)Skidgel RA, Erdos EG. Histamina, bradicinina e seus antagonistas. Capítulo 24 do livro “Goodman & Gilman – As bases farmacológicas da terapêutica” de Brunton LL, Lazo JS, Parker KL. 11ª edição McGraw-Hill Artmed. São Paulo, 2010. Pgs. 563-84.
3)Kastrup EK (editor). Drug – Facts and comparisons. JB Lippincott Philadelphia. 1982 ed. Pg 627.
4)Guidechem Chemical Trading Guide. Disponível em <http://www.guidechem.com/reference/dic-340.html>. Acesso em 04/04/2014.
5)Anon: Breastfeeding and Maternal Medication. World Health Organization, Geneva, Switzerland, 1995.
Este texto foi parcialmente publicado no mais recente BOLETIM DE FARMACOVIGILÂNCIA do Centro de Vigilância Sanitária da S. Saude de S.P. Acesse http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/BOL_4_%20layout_%20final_corrigido.pdf
NB: ajude a divulgar, principalmente para obstetras.